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A Minha Primeira Experiência No Atletismo De Pista

A minha primeira experiência no Atletismo de Pista – Versão Hollywood

Um filme criado e transmitido no passado sábado, a fim de alternar um pouco com os tradicionais da Páscoa. O local das gravações foi no Centro de Estágio do Luso, com a parte mais importante da longa-metragem a realizar-se na pista de tartan. Uma verdadeira passadeira vermelha, que pisei pela primeira vez em termos oficiosos, e onde os atores e atrizes desfilaram todos com seriedade. Da minha parte, não me preocupei muito com o dress code. Estou tão habituado à sapatilha lisa que prescindi da de bicos. Penso que não foi grave. Mas talvez numa próxima cumpra esta regra de etiqueta e tire as teimas.

Em relação ao filme propriamente dito, teve todos os ingredientes que constituem uma obra prima. Pena que a ordem de apresentação dos mesmos não tenha sido a mais tradicional. Eu, como ator principal, sou o grande responsável por esta ordem dos acontecimentos. Sem mais demoras, vejamos então como tudo se passou ao longo dos 25 takes em torno daqueles 400 metros.

Tudo começou com alegria, boa disposição e descontração. Nos primeiros takes, sempre que passava junto do meu agente e da comitiva ligada a este projeto, até me ria. As gravações corriam às mil maravilhas e nada melhor do que sentir o meu entusiasmo e de todos os envolvidos.

 

A minha primeira experiência no Atletismo de Pista
Foto: GDC Codal – Atletismo

 

Todavia, com o avançar das gravações, o ar que ali se respirava foi ficando mais pesado. Os takes estavam cada vez mais exigentes. Por dois motivos:

  1. Por tudo se passar no mesmo cenário.
  2. Estava na fase das gravações a solo.

Sem ninguém junto de mim, a cada 400 metros, o suspense e ansiedade intensificavam-se. Nem eu sabia o que ia representar a seguir, até estar mesmo em cima do acontecimento. Não tenho guião para estes momentos, a fim de conferir mais realidade às minhas cenas. O verdadeiro drama!

Com a entrada na reta final das gravações, foi o sofrimento quem tomou conta da câmara. Como se estivesse numa fuga desesperada a alguma coisa ou a alguém. Quer pelo meu rosto, quer pela postura corporal, era evidente todo o sacrifício em ação para completar aqueles 10.000 metros. Não sou de me gabar, mas um duplo profissional não transmitiria melhor o que me ia na alma e no corpo naquela altura. A não ser que também completasse as 25 voltas.

E assim terminou o filme. Pois. Eu avisei. Não houve final feliz. Contudo, houve espaço para gravar uma pequena conversa com o meu agente, transmitida depois dos créditos finais, onde ficou clara a intenção de realizar uma sequela para esta produção, a fim de lhe conceder um desfecho mais risonho e mais justo, tendo em conta o meu empenho.

 

No Luso, tinha um cronómetro junto à linha de meta que me chamava à realidade, e tinha um outro no pulso que me fazia sentir o Flash da DC Comics.

 

Tempo agora para dois apartes.

Primeiro. Não percebo como alguns projetos cinematográficos investem milhões de euros em gravações, deslocações, efeitos especiais e afins. Este, com 400 metros de palco e respetivo espaço circundante (para a montagem de toda a logística envolvida) fez a festa. Não esquecer também que todos os atores correram de borla!

Segundo. Não posso deixar de destacar a maneira como este filme conseguiu aliar a realidade à ficção. Para mim, este é um dos segredos para o sucesso. Afinal de contas, uma obra excessivamente real pode ser massuda por não acrescentar nada de novo ao que assistimos neste mundo. Por outro lado, um filme completamente ficcional corre o risco de se tornar demasiado delirante.

Assim sendo, sobra a conjugação dos dois fatores para cativar o público e levá-lo a pensar que a parte da ficção pode um dia juntar-se à realidade e dar lugar a uma nova ficção. No Luso, tinha um cronómetro junto à linha de meta que me chamava à realidade, e tinha um outro no pulso que me fazia sentir o Flash da DC Comics. Valeu-me o meu colega de cena, Ricardo Ferreira, que me avisou para estar desperto. Caso contrário, no final das gravações iria entrar em depressão, tal a desilusão. O real deu-me média de 3:31/KM e o ficcional média de 3:18/KM. Jesus! … Ressuscitou!

 

A minha primeira experiência no Atletismo de Pista
Foto: Caldas de S. Jorge Sport Clube (Secção de Atletismo)

 

Antes de dar por concluída esta nova experiência na minha vida, quero salientar o trabalho incansável dos diretores e realizadores deste projeto. Situados na linha de meta, sempre que passava lá, havia um que tinha o cuidado de me dizer quantas voltas (takes) faltam. Esse senhor contou do 25 para trás e quando chegou ao 1 até mandou tocar o sino. Ah pois!

Agora mais a sério e mais importante. Alguns metros antes daquela linha, em pleno cenário de gravação, estava o meu agente, António Branco, que em todas as passagens tinha palavras de incentivo que visavam a melhoria do meu desempenho e ao qual estou muito grato.

To be continued …

 

Fotos: Caldas de S. Jorge Sport Clube (Secção de Atletismo) & GDC Codal – Atletismo

 

Ligado ao desporto desde pequeno, deixei definitivamente o futebol em 2016 para me dedicar afincadamente ao atletismo. Desde aí que muita coisa mudou na minha vida, a qual não imagino sem o desporto.

O Vida de Maratonista nasce então da minha paixão pelo atletismo, com contribuição especial da minha Licenciatura em Engenharia Informática, que me permitiu criar a solo este espaço de aventura e opinião, e torná-lo agradável a quem o visita.

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