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Maratona Budapeste - Missão 2:30

Maratona de Budapeste: Missão 2:30 – A Prova

A Missão 2:30 na Maratona de Budapeste fracassou! 2 horas, 35 minutos e 52 segundos foi o resultado final, numa prova onde nem houve espaço para um recorde pessoal. Todavia, o fracasso da missão sai um pouco ofuscado por aquele lugar que muitos até nem desejam por nada deste mundo, mas que não deixa de ser significativo na distância mítica e que agora se junta ao meu curriculum do atletismo. O quarto!

Três dias depois, já houve tempo para aliviar a tensão, respirar, interpretar os sentimentos e refrescar as ideias para, com frieza, tirar as ilações mais afinadas possíveis sobre o passado domingo e esta aventura no seu todo. Conclusões e experiências que, à semelhança do que aconteceu nas semanas de treino, passo também a partilhar no imediato.

 

Porque falhou a missão 2:30 na Maratona de Budapeste?

Esta foi a pergunta que tive de fazer a mim mesmo por várias vezes, ao longo dos últimos dias, para trazer à superfície as minhas convicções e desenvolvê-las a partir dai. Efetuado esse trabalho, seguem-se então as razões encontradas e que vão ser melhor desenvolvidas já de seguida.

  • Falta de provas dadas nas distâncias mais curtas para o ritmo objetivo;
  • Dificuldades inerentes à Maratona de Budapeste;
  • Conjunto de pequenas más decisões nas horas antes da prova;
  • Ausência da minha melhor capacidade mental;

 

A falta de provas dadas nas distâncias mais curtas para o ritmo objetivo

Desde o início que disse que este objetivo era bastante ousado. Sempre tive consciência disso, mas se o estabeleci foi por acreditar ser possível, por mais reduzida que fosse essa possibilidade. Conseguir um recorde pessoal aos 10K e à meia-maratona antes de Budapeste iria ser um boost psicológico muito importante para chegar a Budapeste mais convicto. Não foi possível, pois as provas com estas distâncias em que me envolvi eram bastante duras (Meia Maratona de Viseu e Corrida da República) como vim a descobrir.

Assim sendo, as 2h35 em Budapeste vieram dar força a um pensamento que já me andava aqui a sussurrar de vez em quando e que eu teimava em ignorar antes de iniciar este plano. Aquele que me diz para evoluir nas distâncias mais curtas para, depois sim, atacar as 2h30 com outra força. E o meu amigo Hélder Pires também já me deu na cabeça por isto e com razão, já depois de Budapeste. Reconheço razão nestes dois e daí ainda não saber quando vou fazer a próxima maratona.

Para meu bem, pois quero muito continuar a evoluir, vou ter que deixar de lado a minha prova predileta. Só nos víamos uma vez por ano e agora nem isso está garantido. Mas vai valer a pena!

 

Dificuldades inerentes à Maratona de Budapeste

Concluída a Maratona de Budapeste, ainda hoje não sei se (já) valho 2h30 à Maratona. Não estou a falar por uma questão de registo oficial, mas sim de total convicção. Numa prova como a Maratona de Valência, na qual participei o ano passado, acredito que seria possível chegar lá.

Após correr a Maratona de Budapeste, sei que podia ter feito abaixo da casa das 2 horas e 35 minutos, mas não sei bem quanto tempo menos. A prova tem várias dificuldades que passo agora a resumir.

  • Não é totalmente plana. Algum sobe e desce ligeiro ao longo do percurso com nota especial para a travessia de algumas das pontes colocadas sobre o Rio Danúbio;
  • Grande parte da travessia é feita junto ao rio, o que corresponde a uma maior facilidade de desidratação;
  • Algum vento em determinadas zonas do percurso;
  • Muitos quilómetros marcados pela ausência de público;
  • A falta de mais atletas de elite aumenta a probabilidade de quem vai na frente ter de fazer muitos quilómetros a solo;

 

Conjunto de pequenas más decisões nas horas antes da prova

Não basta treinar bem antes da prova como é evidente. Os cuidados com a alimentação e o descanso são muito importantes, assim como um organismo em pleno funcionamento. Pequenas más escolhas condicionaram alguns destes pontos na véspera e dia da prova.

No que toca à parte da alimentação e do descanso, no primeiro aspeto devia ter feito melhores escolhas e no segundo devia ter tido um pouco de mais atenção na véspera. Por seu lado, a parte do organismo é um pouco mais difícil de controlar. Tive alguns problemas com este último, o que condicionou o completo foco do corpo (e em parte da mente) no que interessava naqueles 42.195 metros, isto é, correr!

Pequenas lições que terei de esperar até às próximas provas, e em especial até à minha quinta maratona, para mostrar que já aprendi mais alguma coisa sobre estes assuntos. Quer com o que se passou estes dias, quer com a experiência acumulada até essa altura.

 

Ausência da minha melhor capacidade mental

Também faltou! Não me senti imparável, como já aconteceu noutras corridas.

Na segunda parte da prova em especial, e ainda antes dos rimos começarem a cair, já andava a lutar para anular os pensamentos negativos que me iam invadindo. Não tive capacidade para trazer à superfície uma mentalidade positiva, animadora, confiante e sorridente. E a verdade é que tinha motivos para isso. Para além de estar dentro de um novo RP, sabia perfeitamente que tinha treinos e estofo para não ter uma quebra daquelas que nos deixa completamente parado na estrada.

 

O meu registo na Maratona de Budapeste

Posto isto, creio que também interessa olhar para as minhas passagens nos principais pontos da prova. Foram eles:

10K: 35min48seg (segundo o meu Garmin)
Meia-Maratona: 01h16min33seg (segundo os resultados oficiais da prova)
30K: 01h48min30seg (segundo o meu Garmin)
40K: 02h26min48seg (segundo o meu Garmin)
Meta: 02h35min52seg (segundo os resultados oficiais da prova)

A quebra deu-se por volta do quilómetro 34, altura em que vim para ritmos médios na casa dos 3:50/km para não mais de lá sair. Foi pouco antes da passagem à meia-maratona que o grupo minimamente interessante em que eu seguia se desfez. A partir daí, andei com o terceiro classificado e mais tarde a solo, o que se tornou bastante existente. A nível de sensações no corpo, os últimos quilómetros foram penosos, mas o facto de não ter vindo muito para cima dos 3:50/km poderá ser um indicador que este será um dos meus limites atuais de conforto do esforço em provas de longa distância.

 

Os resultados do plano de treinos

Repararam que não apontei o plano de treinos como uma das possíveis causas quando me perguntei sobre o que poderá ter falhado nesta missão? Não foi por acaso. Nada é perfeito e existem sempre pequenos retoques a fazer-se. Contudo, de uma forma geral, acredito que foi um bom plano de treinos e que para lá de duas ou três modificações pouco mudava se o fosse repetir no imediato.

Desta forma, este plano de treinos, inspirado em Renato Canova, é candidato a ficar guardado na gaveta para quando chegar o momento de treinar para a próxima maratona. Este é mesmo daqueles casos que sinto a mesma confiança no plano que tinha na altura em que o construí. Algo que nem sempre acontece.

 

Conclusão

Sem muito mais a dizer, esta rubrica do Vida de Maratonista chega ao fim. Nas próximas semanas, voltarei a assuntos mais soltos ou a novas rubricas. Espero que tenham gostado 🙂

O bom desta missão é que continuo a acreditar na conquista das 2 horas e 30 minutos. Como tal, tenho mais um crédito para gastar, em vez de um eventual game over pelo incumprimento desta missão. Como já disse, ainda não sei quando o vou usar, mas vou trabalhar para essa próxima grande missão ter um desfecho diferente nessa altura. Até lá!

Nota final: Enquanto epílogo desta rubrica, este artigo foi também ele focado no meu desempenho na Maratona de Budapeste e não no evento em si. No entanto, e à semelhança do que fiz com a Maratona de Valência, em breve farei um artigo de análise centrado na Maratona de Budapeste (viagem, expo, percurso, organização, etc …) para os interessados em saber mais sobre ela.

 

Ligado ao desporto desde pequeno, deixei definitivamente o futebol em 2016 para me dedicar afincadamente ao atletismo. Desde aí que muita coisa mudou na minha vida, a qual não imagino sem o desporto.

O Vida de Maratonista nasce então da minha paixão pelo atletismo, com contribuição especial da minha Licenciatura em Engenharia Informática, que me permitiu criar a solo este espaço de aventura e opinião, e torná-lo agradável a quem o visita.

Este artigo tem 6 comentários

  1. Renato, não sabia deste teu trabalho, agora que o conheço fiquei fã. O teu artigo sobre a maratona de Budapeste é de uma quantidade de excelência jornalística. Parabéns.

    1. Olá Sr. Ribeiro 😀
      Eu não o divulguei muito. Apenas fiz partilha de alguns artigos (poucos) nas minhas redes mais pessoais. Isto porque parte do meu interesse (e da piada!) com este espaço era também ver quando e como ele chegava ás pessoas. E parece que já chegou a si eheheh
      Obrigado pelos elogios. Ainda bem que gostou. Continue a acompanhar 😉
      Grande Abraço!

  2. A minha “crítica” continua a ser a mesma. Primeiro centra-te durante um ano ou dois em fazeres temos na casa dos 32” aos 10kms (tens todas as condições para o fazer) e na meia maratona 1h12/1h13. Depois disso com o endurance adquirido agora e que vais manter (porque sei que vais continuar a treinar muito) chegarás com “facilidade” às 2h30. Agora espera-te muita competição. Estrada, corta-matos e até pista quem sabe.

    1. Sim, este foi o conselho que me deste precisamente na altura em que escrevi este texto. E como sabes, pelo menos em 2019 estou disposto a segui-lo, pois concordo com ele 😉

  3. Boas campeao ! Como tas ? Espero que bem ! Foi um prazer te encontra em sevilla !
    Mas bola pra frente ! E quando treinamus ???

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