Os Campeonatos Mundiais de Atletismo de Pista Coberta, disputados em Birmingham, terminaram no passado domingo.…
Mundiais Atletismo Pista Coberta – Birmingham 2018: Dia 3
O terceiro dia dos Campeonatos Mundiais de Pista Coberta em Birmingham foi cheio de emoções fortes. Especialmente à noite, onde o salto com vara feminino durou toda a sessão. Nelson Évora voou para o Bronze. Óscar Husillos foi desqualificado, após prestação brilhante nos 400m. Genzebe Dibaba fez a dobradinha, graças à vitória nos 1500m.
Triplo Salto Fem – Vitória para Yulimar Rojas
Numa prova em que três das primeiras quatro classificadas bateram os seus recordes pessoais na prova, nenhum deles chegou para retirar o Ouro a Yulimar Rojas (Venezuela). Kimberly Williams (Jamaica) ainda comandou a prova, ao saltar 14.48m no seu terceiro ensaio. Porém, a venezuelana chegou aos 14.63m no quinto salto e garantiu o triunfo. Ana Peleteiro (Espanha) ficou com o bronze. Andreaa Panturoiu (Roménia) no quarto lugar.
Lançamento do Peso Masc – Tsanko Arnaudov desilude
Não correu bem a participação do atleta português em Birmingham. Em três tentativas, Tsanko Arnaudov conseguiu apenas um lançamento válido. Essa marca (19.93m) não lhe permitiu chegar à parte final da competição. Arnaudov terminou na 12ª posição.
Lançamento do Peso Masc – Tomas Walsh a abrir e a fechar
A medalha de Ouro nunca fugiu de Tomas Walsh. O neozelandês conquistou a vitória logo na abertura da competição, através de um lançamento acima dos 22 metros (22.13m). Um registo a que mais ninguém chegou. No lançamento de celebração, Walsh ainda fez melhor, ao lançar 22.31m.
David Storl (Alemanha) e Tomáš Staněk (República Checa) asseguraram prata e bronze, respetivamente. Os dois resistiram à constante pressão de Darlan Romani (Brasil), que ficou na quarta posição. Storl e Staněk lançaram ambos 21.44m, mas o o segundo melhor lançamento do alemão foi superior ao do checo.
Novo recorde nacional na estafeta feminina de 4x400m
Filipa Martins, Cátia Azevedo, Rivinilda Mentai e Dorothé Évora. Foram elas as eleitas para o regresso de Portugal a esta prova. Um quarteto que justificou a aposta, ao bater o recorde nacional na distância (3:35.43). Apesar do último lugar (5º) na sua série e de falhar o apuramento para a final, Portugal teve assim mais uma prestação satisfatória. Na próxima vez, a fasquia estará mais alta.
Adam Kszczot conquista Ouro nos 800m Masculinos
A vitória terá sido certamente mais fácil do que pronunciar o seu apelido. Na derradeira prova, o polaco Adam Kszczot (1:47.47) não deu qualquer hipótese à concorrência.
Álvaro de Arriba e Saúl Ordóñez, espanhóis que estiveram em grande plano nas eliminatórias, não lhe conseguiram fazer frente. Arriba adoptou a mesma estratégia de andar na cauda do pelotão, mas depois não teve capacidade para ir para a frente. Ordónez não deixou de fazer uma boa prova e garantiu a Prata.
O bronze foi atribuído ao atleta da casa, Elliot Giles, após desqualificação de Drew Windle (E.U.A.). As repetições mostraram uma pequena troca de braços entre atletas na luta por posicionamentos que, estranhamente, foram motivo para desqualificar o norte-americano.
Kevin Mayer resiste e vence Heptatlo
Cinco pontos separaram Kevin Mayer (6348) de Damian Warner (6343) após a conclusão do heptatlo masculino. Warner (Canadá) atacou a última prova (1000m) muito cedo e nunca mais largou o comando. Todavia, o triunfo não foi suficiente para ultrapassar o francês na classificação geral. Kevin Mayer sofreu nos últimos metros, mas resistiu.
Quem também se viu em maus lençóis foi o alemão, Kai Kazmirek. Num último assalto ao bronze, Maicel Uibo (Estónia) seguiu na pegada de Warner e conseguiu mesmo fazer a diferença. Kazmirek não teve qualquer capacidade de resposta e perdeu mesmo a medalha para o atleta estoniano.
Estados Unidos dominam final feminina dos 400m
As norte-americanas Courtney Okolo (50.55) e Shakima Wimbley (51.47) arrecadaram os lugares mais altos do pódio dos 400m e confirmaram o favoritismo. Depois de assumir a frente da prova, Okolo mostrou-se sempre segura nessa posição e nunca teve o Ouro em risco.
Já Shakima Wimbley viu-se muito apertada por Eilidh Doyle (Reino Unido) na luta pela Prata. Wimbley chegou mesmo a estar no terceiro lugar, mas recuperou e atirou o bronze para Doyle.
Desqualificação de Husillos nos 400m permite a Maslák renovar título
Os 400m masculinos foram assolados do início ao fim por desqualificações. Na final, ainda se está para perceber o que verdadeiramente se passou. Sem Bralon Taplin, as atenções recaiam sobre outros dois atletas. Óscar Husillos, que na meia final batera o recorde nacional de Espanha. Pavel Maslák, detentor do título, que vinha a suscitar algumas dúvidas sobre a sua melhor forma.
Desde o tiro de partida que o espanhol se mostrou muito forte e sem medo de assumir a liderança. A sua determinação acabou por o levar ao triunfo, com um registo que daria mesmo recorde europeu. Maslák ainda fez um forcing final, que não lhe permitiu mais do que ganhar a disputa pelo segundo lugar a Michael Cherry.
Surpreendentemente, minutos depois, surgia a notícia que o espanhol tinha sido desqualificado. Uma decisão que permitiu a Pavel Maslák revalidar o seu título, depois de muita luta e crer em todas as eliminatórias.
Até ao momento, ainda é desconhecido o motivo que levou à desqualificação do espanhol. Uma decisão que se traduziu no momento mais negativo da sessão noturna.
Nelson Évora voou para o bronze no triplo salto!
E o Nelson voltou a voar com a bandeira de Portugal! A três centímetros do ouro de Will Claye (17.43m). A um centímetro da prata de Almir Dos Santos (17.41m). O triplo salto foi realmente uma prova muito disputada e cheia de emoção.
Pena a transmissão não ter dado tanta atenção a esta prova em prol de outras que decorriam em paralelo. Particularmente na primeira parte, na qual Nelson Évora chegou mesmo a estar na liderança.
Infelizmente para Portugal, felizmente para o espectador que gosta de espetáculo, Will Claye (E.U.A.) e Almir Dos Santos (Brasil) superaram o português, ficando com o Ouro e a Prata, respetivamente.
Parabéns Nelson Évora! Obrigado Nelson Évora!
Genzebe Dibaba vence 1500m e faz a dobradinha
Depois da vitória nos 3000m, Dibaba acrescentou mais um triunfo ao seu curriculum, desta feita os 1500m. Uma prova que medalhou as mesmas atletas dos 3000m. No entanto, desta vez Laura Muir foi segunda e Sifan Hassan terceira.
O início da contenda foi bastante lento, provavelmente por estratégia das outras atletas que tão bem conhecem as qualidades da etíope. Contudo, Dibaba não permitiu aquela situação de corrida por muito tempo e veio para a frente meter ritmo. Pouco a pouco, as participantes foram ficando para trás, só resistindo Muir e Hassan. Sem conseguirem chegar a Dibaba, as duas travaram mais um duelo muito particular, desta vez com Laura Muir a levar a melhor, para delírio do público presente.
Esta prova foi um dos momentos altos da noite, juntamente com o salto com vara feminino.
Kendra Harrison vence 60m barreiras
Caso para dizer que os bons resultados nas eliminatórias confirmaram-se na final. A demonstração de superioridade de Kendra Harrison (7.74s) foi um dos casos, com a norte-americana a levar a melhor sobre a compatriota, Christina Manning (7.79s).
Mas não foi o único. Em mais uma prova com dobradinha para os Estados Unidos da América, também a holandesa Nadine Visser (7.84s) confirmou a excelente prestação da meia-final (na qual estabelecera um novo recorde nacional) e arrecadou o Bronze.
Christian Coleman confirma momento de forma divino
Na final dos 60m masculina, Christian Coleman demonstrou mais uma vez estar numa forma extraordinária. O norte-americano conquistou o Ouro, com o registo de 6.37seg. Bingtian Su (China) foi segundo (6.42seg) e bateu o recorde da Ásia. Ronnie Baker (E.U.A) foi terceiro, numa prova que não teve grande história.
Salto com vara feminino animou toda a sessão noturna
Durou, durou … e durou. Se era suposto os 60m masculinos fecharem mais um dia de competição, Sandi Morris (E.U.A.) estragou os planos à organização. Depois de levar a melhor sobre a russa Anzhelika Sidorova (autorizada a competir sob a sigla da ANA), a norte-americana tentou superar a fasquia dos 5.04m. Sem sucesso.
Todavia, foi esse embate entre Morris e Sidorova que mais emoção trouxe ao salto com vara. As duas foram ao limite na luta pelo Ouro, superando várias fasquias nos últimos ensaios.
Numa grande demonstração de espírito competitivo saudável, Morris chegou mesmo a aplaudir a rival quando esta saltou 4.90m e parecia ter o Ouro garantido. Isto se a própria não lhe estragasse os planos e superasse essa fasquia. Quando a prova parecia fechada de vez, Sandi Morris ainda ultrapassou os 4.95m.
A medalha de Bronze foi para Katerina Stefanidi (4.80m) da Grécia.
Assim foi um terceiro dia de competição que teve um pouco de tudo. Veremos o que nos reserva o último dia destes Campeonatos Mundiais de Pista Coberta, que conta com a liderança muito confortável dos Estados Unidos da América no que diz respeito ao total de medalhas conquistadas.
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