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Correr Com Dorsal VIP - Meia Maratona Braga 2018

Correr com Dorsal VIP – Importância e responsabilidade inerentes

No passado dia 25 de março, estive presente na 3ª edição da Meia Maratona de Braga. Pela segunda vez na minha carreira no atletismo, tive direito a um dorsal VIP (sub-elite).

Devido à raridade da situação, voltei a dar muito valor a este pedaço de papel. No próprio dia, levantei um conjunto de questões, quer no instagram do Vida de Maratonista, quer na página do facebook do blog, sobre transportar um dorsal VIP numa prova.

Como prometido na altura, hoje, cá estou eu a publicar o artigo sobre este tema.

 

Um dorsal VIP significa muito mais que partir na frente

De facto, não fosse eu andar pela linha que separa o atleta amador do profissional, e talvez não estivesse a falar neste assunto. Sempre à procura de superar os meus recordes pessoais nas provas, é uma chatice quando as corridas têm um número considerável de participantes e não tenho garantias de partir lá na frente.

A questão vai muito além do tiro de partida. Esta benesse significa poder aquecer devidamente antes da prova, quase até ao momento do arranque. Trata-se de não ter que ir meia hora mais cedo para os corredores de partida para reservar um bom lugar e arrefecer.

Nota também para um outro ponto que pode passar despercebido, mas é tão ou mais importante que os anteriores. Refiro-me à perda dos “comboios” com os nossos ritmos. Sim, porque uma partida atrasada obriga-nos a ir um pouco mais atrás dos atletas a quem queríamos fazer companhia por terem ritmos idênticos aos nossos. É escolher entre isso ou fazer um esforço suplementar logo no início para apanhar esses comboios. Um gasto de energia extra que podemos pagar mais à frente.

Estas condicionantes, que tantos atletas sentem na pele em cada prova, não vão mudar. Será sempre assim e, sinceramente, não vejo espaço para grandes melhorias. A existência deste artigo também não tem como base esta preocupação. O assunto em debate não é o número de dorsais atribuídos pelas organizações, mas sim a maneira como eles são usados pelos atletas.

 

A responsabilidade inerente ao dorsal VIP

É precisamente por não ser um hábito que, atualmente, vejo estes dorsais com outros olhos. Quando a eles tenho direito, neles vejo o reconhecimento do meu trabalho e da minha dedicação ao atletismo. Assim como os excelentes resultados alcançados em algumas provas.

Com base nisto, por vezes irrita a leviandade com que certos atletas tratam esta credencial. Como também se torna frustrante em alguns momentos ver atletas na “zona VIP” graças ao chamado “fator C”, ao mesmo tempo que outros de grande valor estão mais atrás. Não é fácil lidar com estes cenários quando os nossos dorsais especiais implicaram tanto trabalho.

Para mim, transportar um dorsal VIP significa um acréscimo de responsabilidade. Implica justificar a oportunidade que me foi concedida. Por outras palavras, dar o máximo e só em circunstâncias muito especiais abandonar a prova sem a terminar.

 

O meu primeiro dorsal VIP

Nunca esquecerei a primeira vez que corri com dorsal VIP. XIX Edição da Meia Maratona Manuela Machado (Viana do Castelo), no ano passado. Não tive o resultado desejado. Porém, nos momentos de maior dificuldade e desilusão, a minha memória fez questão de me lembrar. Do quanto tinha trabalhado para aquele dorsal. Daqueles que gostavam de o ter tido e não lhes foi possível.

Como ia a dizer, ver alguns atletas a correrem com esta credencial para fazerem metade do percurso, para irem treinar ou a abandonarem a prova só porque não lhes está a correr bem são, todas elas, situações mal vistas por quem está do outro lado da “linha VIP”.

 

Correr com Dorsal VIP - XIX Meia Maratona Manuela Machado

 

Para lá do título VIP

Nesta questão dos dorsais, mais do que Very Important Person, VIP deve significar Very Important Performance. É importante termos consciência do que vai do outro lado. Não se trata de uma questão de estarmos preocupados com o que os outros pensam, mas de respeito para com eles.

Por último, duas palavras para fechar este artigo com chave de ouro. Camaradagem. Conhecimento.

Estas caraterísticas descrevem muito bem o pelotão do atletismo, inclusive na questão dos dorsais, como já tive oportunidade de presenciar. Falo de ver candidatos à vitória mal posicionados nos funis de partida, até ao momento em que outros, conhecedores e conscientes do maior valor desses atletas, os “mandam” passar para a sua frente. Atitudes que devem deixar os visados de coração cheio.

 

Ligado ao desporto desde pequeno, deixei definitivamente o futebol em 2016 para me dedicar afincadamente ao atletismo. Desde aí que muita coisa mudou na minha vida, a qual não imagino sem o desporto.

O Vida de Maratonista nasce então da minha paixão pelo atletismo, com contribuição especial da minha Licenciatura em Engenharia Informática, que me permitiu criar a solo este espaço de aventura e opinião, e torná-lo agradável a quem o visita.

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