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Como Nasceu A Corrida De S. Silvestre? - História Do Atletismo

Como nasceu a Corrida de S. Silvestre? – História do Atletismo

No panorama atual do atletismo nacional, o que mais se houve falar durante o mês de dezembro são as Corridas de S. Silvestre. O número de provas com este nome não pára de aumentar em Portugal, e a prova disso é que o mês de dezembro já não chega para alocá-las todas. Algumas realizam-se em finais de novembro e outras só em janeiro, como é o caso da S. Silvestre de Espinho, a única em que vou participar neste ano (desportivo).

Assim como eu, acredito que grande parte dos participantes das S. Silvestres desconheçam a sua origem. Com base neste pensamento, decidi então fazer alguma investigação e criar este artigo para falar um pouco sobre esta parte da história do Atletismo.

 

Como nasceu a Corrida de S. Silvestre?

Esta prova de atletismo nasceu no Brasil, por iniciativa de Cásper Líbero. Numa viagem que fez a Paris, este jornalista e advogado brasileiro, originário de S. Paulo, teve a oportunidade de assistir a uma corrida à noite em que os atletas carregavam tochas. Apaixonado por desporto, depois de regressar ao Brasil, Cásper decidiu criar uma prova semelhante no seu país. Assim nasceu a Corrida Internacional de S. Silvestre (de S. Paulo), que hoje serve de inspiração a muitas provas por todo o mundo. A primeira edição desta corrida realizou-se na noite do último dia desse ano (1925), tendo recebido o nome do Santo desse dia (S. Silvestre).

 

Curiosidades sobre a Corrida Internacional de S. Silvestre

  • A primeira edição da Corrida Internacional de S. Silvestre (de S. Paulo) contou com 60 inscritos. Mas apenas 48 apareceram na linha de partida no dia da prova.
  • Dos 48, só 37 atletas foram oficialmente classificados, pois o regulamento ditava que todos os participantes tinham 3 minutos para cortar a meta após a chegada do vencedor.
  • O percurso da primeira edição tinha 8.8K de distância.
  • O vencedor da primeira edição desta prova foi um jogador de futebol da época, Alfredo Gomes, com tempo de 33min21seg.
  • Nas primeiras edições, a prova foi restrita aos brasileiros nativos.
  • Desde a sua primeira edição que a prova nunca se deixou realizar, nem mesmo durante a 2ª Guerra Mundial.
  • Até ao ano de 1975, a prova era exclusiva a homens. Esse ano foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional da Mulher. A organização da prova aproveitou o incentivo e, pela primeira vez, incluiu o setor feminino na corrida, demonstrando assim o seu apoio na luta pela igualdade de géneros.
  • Até 1988, a prova tinha início perto das 23h30m. O objetivo era os atletas terminarem a prova na altura da mudança do ano. Mas entre 1989 e 1991 a prova sofreu alterações significativas, que lhe permitiram integrar o Calendário Internacional de Provas de Estrada da IAAF. Desta forma, a distância da corrida acabou fixada nos 15K e a prova passou a realizar-se à tarde.
  • Manuel Faria, Carlos Lopes, Rosa Mota e Aurora Cunha foram os atletas portugueses que registaram o seu nome na prova ainda antes desta ser dominada por vitórias do Quénia e Etiópia. Ao todo, este quarteto português contabiliza 7 vitórias nesta corrida.

 

Corrida de S. Silvestre em Portugal

Em Portugal, a primeira Corrida de S. Silvestre realizou-se na Ilha da Madeira, no ano de 1958. Também conhecida pelo nome: “Volta à Cidade do Funchal“, o seu percurso tem cerca de 6 quilómetros de extensão. Atualmente, Porto, Lisboa, Amadora e Olivais continuam a ser das S. Silvestres com maior destaque.

Com mais de 40 provas, quiçá 50, por todo o Portugal, as organizações têm estudado muito bem as datas e respetivos horários das suas provas. O objetivo passa por “não ficarem na sombra” de outras S. Silvestres que se possam realizar em simultâneo, e também por reunir o maior número de atletas possível.

 

Como nasceu a Corrida de S. Silvestre? - História do Atletismo
Eu na 3ª Corrida S. Silvestre de Espinho (Janeiro 2017) Foto: Nuno Guimarães

 

Fonte: Wikipédia

Ligado ao desporto desde pequeno, deixei definitivamente o futebol em 2016 para me dedicar afincadamente ao atletismo. Desde aí que muita coisa mudou na minha vida, a qual não imagino sem o desporto.

O Vida de Maratonista nasce então da minha paixão pelo atletismo, com contribuição especial da minha Licenciatura em Engenharia Informática, que me permitiu criar a solo este espaço de aventura e opinião, e torná-lo agradável a quem o visita.

Este artigo tem 4 comentários

    1. Eu só gosto das partidas com muita gente quando consigo partir mesmo à frente ahahah Como vou sempre para competir, é muito importante para mim fugir à confusão da partida.

      Ainda não tinha visto este vídeo. É mais uma prova do porquê da S. Silvestre de S. Paulo ter a fama que tem. Tu não tens S. Silvestres aí para esses lados? 😀

      Ainda sobre o vídeo, gostei da energia dos comentadores e o público nas partes do percurso que mostra fez-me lembrar a Maratona de Valência, incrível 🙂

  1. Sim, concordo! Gosto de ver mas não queria estar na confusão. Não sei se é nesse filme, ou nos comentários, ou se foi no sítio qualquer, que dizia que os blocos (tirando muito poucos atletas de elite) não eram determinados por tempo, mas por ordem de chegada.
    Aqui não há São Silvestres. Há algumas provas com o tema do Ano Novo (e mesmo assim poucas, porque o Ano Novo oficial aqui é algures em Fevereiro, dependendo da lua).
    Valência… tenho que fazer um dia. Não és a primeira, nem segunda, nem terceira pessoa que se refere a ela assim.

    1. Bem-vindo de volta, José 😀
      Agora com isso da chegada fizeste-me lembrar uma prova em Santiago de Compostela em que também não há VIPs. Realizou-se precisamente no domingo passado, salvo erro. Ainda não tive oportunidade de lá ir, mas quero. São cerca de 12 kms, acho que mete muita gente e também a partida acho que também não tem distinções 🙂

      Olha, e para juntares às tuas referências de Valência, caiu lá agora o recorde do mundo da Meia Maratona. Porque será? Ahahah 😉

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