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Maratona Budapeste - Missão 2:30

Maratona Budapeste: Missão 2:30 – Semana de Treino 7

A semana Rainha de preparação para Budapeste está concluída! Que alívio! Não que tenha sido uma semana perfeita no que toca a cumprir os ritmos exigidos nos treinos. Todavia, olhando à sua dureza e às respostas que consegui dar, foi mais uma semana francamente positiva. E eu continuo a acreditar!

 

Qual a distância a percorrer no treino mais longo para a Maratona?

Alguns atletas fazem treinos de 30K, outros de 34K, outros a distância da Maratona, e alguns até percorrem mais do que os 42.195 metros que compõem a grande prova. Há também quem faça por tempo, cujas distâncias finais depois rondam estes valores.

A meu ver, existem dois fatores decisivos para a escolha deste treino, dependendo do nosso histórico no Atletismo. Nomeadamente:

 

  1. A Confiança – Provavelmente o aspeto mais importante para a nossa primeira maratona. Por esta altura, será importante fazer uma combinação entre os conselhos que os nossos amigos nos dão e o que nos diz a voz no nosso interior. Ou seja, se fazemos um treino de 32K mas ficamos a matutar que isso não chega, talvez seja melhor fazer um mais comprido, se isso nos fizer acreditar que vamos ficar melhor preparados. Só não nos podemos é esquecer que quanto mais longo, mais tempo convém dar de distância entre esse treino e a prova, a fim de poder recuperar do desgaste.
  2. A Experiência – Depois da primeira maratona, a nossa experiência aumenta. Nós começamos também a perceber o que funciona e o que não funciona, o que precisamos e o que não precisamos. No caso dos treinos longos, isso não é exceção, tendo nós uma maior probabilidade de acertar na distância do treino longo que precisamos de fazer. Não nos podemos esquecer é que não é fazer um treino longo e já está. O complemento diário de sobrecarga nas pernas nunca pode deixar de existir. Caso contrário, era o mesmo que ir fazer a maratona (treino longo) sem ter treinado para ela.

 

O meu treino mais longo para a Maratona de Budapeste

No meu caso em concreto, realizei na passada 3ª feira o meu treino mais longo para a Maratona de Budapeste. Um treino específico de 32K, que consistia em percorrer a distância a ritmo médio de 3:54/KM, mas que pelo meio tinha 5 x 1.6K a ritmo médio de 3:22/KM.

Não correu como pretendido, pois comecei a “vacilar” à medida que as séries de 1.6K foram surgindo. Os ritmos médios alcançados nas 5 repetições desta distância, por esta ordem, indicam isso mesmo: 3:22/KM; 3:29/KM; 3:29/KM; 3:41/KM; 3:41/KM;

A quebra não só se fazia sentir nas repetições, como depois o meu corpo levava tempo a entrar no ritmo médio pretendido para o treino. Sensivelmente a meio do treino, a pergunta que me fazia era se valia a pena continuar a fazer as repetições de 1.6K, sob risco de comprometer a média do treino longo, que também não era nada lenta.

A minha resposta foi um “sim” às repetições. Porquê? Porque num treino de 32K, tudo o que fosse mais rápido do que os 3:54/KM, e mesmo a falhar os 3:22/KM pretendidos, seria, na minha óptica, um bom estímulo para o corpo treinar possíveis mudanças de velocidade em distâncias longas. Não sei porquê, mas continuo a achar que este tipo de treino vai ser importante para mim nesta Maratona. É um feeling.

A média final do treino acabou por ser 3:51/KM, visto que após a última repetição de 1.6K já andava a ritmo de 4:00/KM e tinha dificuldade em vir para baixo disso. Apesar desta ligeira quebra, não me arrependo em nada da decisão tomada durante este treino.

Este foi o meu treino mais longo para Budapeste. O ano passado, a caminho de Valência, o meu treino mais longo teve 30.65K e, neste caso, incluiu aquecimento e arrefecimento, ou seria apenas de 28K. Um treino de 7 x 3K com 1K de intervalo a ritmo bom. Isto para vos dizer o quê? Que pessoalmente não costumo fazer treinos mais longos do que estas distâncias. Por outro lado, estes treinos que faço são bem específicos e complementados por vários de 24K/26K também exigentes.

Todos os treinos contam, assim como as nossas caraterísticas físicas. Eu não sei como me vai correr a Maratona de Budapeste. Contudo, pela experiência e pelos treinos que já fiz nestas últimas semanas, sei que a minha prova nunca estará em risco por falta de quilómetros nas pernas para percorrer os 42.195 metros.

 

Do fartlek médio para o longo

Depois do curto e do médio, estava a faltar o 3º nível do treino de fartlek específico. Assim foi:

20 x 3 minutos específicos (ritmo médio de 3:31/KM), com intervalos de 1 minuto moderado (ritmo médio de 4:02/KM).

Por ser 3 vezes mais duro e mais específico que o fartlek de 1º nível, este foi um treino muito bom para me dar confiança ao ter entrado nos ritmos pretendidos. À partida, estava um pouco apreensivo devido ao desgaste de 3ª feira e à longa duração deste treino. Todavia, com o decorrer do treino comecei a ganhar confiança por estar a conseguir corresponder às exigências do mesmo.

Ainda que tenha sido o treino mais exigente dos três fartleks, este teve dois aspetos que devem ser tidos em conta, comparativamente aos seus anteriores. O primeiro é que foi feito na estrada e não na pista, não tendo desta forma que lidar com a “monotonia” desta última opção. O segundo é que apanhei tempo fresco e vento fraco, o que tem sido coisa rara desde o início desta preparação.

 

Conclusão

Assim foi a semana Rainha desta minha preparação para Budapeste, que contabilizou um total de 150 quilómetros de treino, algum repouso (não o desejado, pois por vezes o cansaço é tanto que se torna difícil conseguir dormir), e com cuidados especiais em hidratar e alimentar-me bem, acima de tudo nas alturas críticas (pós-treino).

Sem dúvida que sinto um grande alívio por esta semana já estar ultrapassada. Agora, falta apenas um treino duro para este plano tomar outro rumo, o que é bastante animador e fundamental para superar o desgaste que por esta altura se faz sentir. Até lá, os treinos menos exigentes também se mantêm na casa da hora, pois ainda não é o momento de aliviar os quilómetros das pernas de forma significativa.

Estes são os assuntos que vão estar em destaque na próxima semana, altura em que a extinção dos treinos duros específicos lhes vai tirar o grande tempo de antena que têm tido desde início.

Bons treinos para vocês! Até à próxima semana 🙂

 

Ligado ao desporto desde pequeno, deixei definitivamente o futebol em 2016 para me dedicar afincadamente ao atletismo. Desde aí que muita coisa mudou na minha vida, a qual não imagino sem o desporto.

O Vida de Maratonista nasce então da minha paixão pelo atletismo, com contribuição especial da minha Licenciatura em Engenharia Informática, que me permitiu criar a solo este espaço de aventura e opinião, e torná-lo agradável a quem o visita.

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