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Campeonato Nacional De Estrada 2018 - Atletismo

Sobre o Campeonato Nacional de Estrada 2018 – Atletismo

No passado sábado, realizou-se mais uma edição do Campeonato Nacional de Estrada de Atletismo. Novamente com partida e chegada no Estádio do Jamor, a prova teve um percurso diferente do ano anterior, devido às condições meteorológicas que se fizeram sentir na região, horas antes.

Em termos de resultados, Inês Monteiro (Sporting Clube de Portugal) e Samuel Barata (Sport Lisboa e Benfica) sagraram-se Campeões Nacionais. A nível coletivo, o clube de Alvalade conquistou os dois títulos.

 

Inês Monteiro é Campeã de Estrada, 13 anos depois!

A primeira grande nota de destaque da prova feminina. Depois de se ter sagrado campeã entre 2002 e 2005, a atleta voltou a reclamar o título da estrada, 13 anos depois. Inês Monteiro deu assim uma grande resposta, neste seu regresso ao Sporting Clube de Portugal. De qualquer das formas, o título nunca iria fugir à equipa leonina, pois Sara Moreira ocupou o segundo posto da classificação.

Numa prova marcada por muitas ausências, a disputa manteve-se acesa até aos dois quilómetros finais. Antes desse momento, talvez o mais expectável fosse a Inês perder o rasto à Sara. Não aconteceu! O que não é de todo uma surpresa. Basta olhar para os excelentes resultados que Inês Monteiro apresentou no último ano.

Já Sara Moreira parece continuar longe dos grandes resultados a que nos habituou, num passado bem recente. O último ano não foi famoso, inclusive com algumas desistências em provas, pelo que fica a dúvida se por esta altura o seu maior adversário será físico ou mesmo mental.

 

Campeonato Nacional de Estrada 2018 - Atletismo
Foto: António José Leite

 

Os veteranos continuam a andar que se fartam!

O que ainda não ressalvei aqui, e que pode ter passado despercebido a muita gente, é que Inês Monteiro ganhou este campeonato com estatuto de Veterana (V35). Este é um de muitos exemplos em como vários atletas continuam em excelente forma, já depois dos 35 anos. Mas há mais! Carla Martinho, do Recreio Desportivo de Águeda, já passou a fasquia dos 40 e, no entanto, repetiu o excelente 6º lugar do ano passado. Fantástico!

 

Pódio repetiu-se – Equipas de Aveiro em destaque

Com esta conquista, e segundo o site da Federação Portuguesa de Atletismo, Inês Monteiro é agora a atleta com mais títulos nacionais de estrada. A atleta, que no último ano representou o Clube de Atletismo de Seia, desempatou assim com Dulce Félix. Ambas tinham 4 à partida para esta prova. Ainda a nível individual, destaque para Cátia Santos (Grupo Desportivo do Estreito) que ficou em terceiro lugar e impediu que o pódio fosse totalmente leonino. Susana Godinho vinha logo atrás.

A nível coletivo, o pódio voltou a ser exatamente o mesmo do ano passado. Sporting, Recreio Desportivo de Águeda e GRECAS – Vagos, respetivamente.

Olho para estes resultados com grande contentamento. Tanto o Águeda como o GRECAS pertencem à Associação de Atletismo de Aveiro, na qual o clube que represento também está filiado. Desta feita, costumo cruzar-me em várias provas com estas atletas da elite nacional, o que é sempre bom e motivador. Aliás, já no próximo domingo, data em que se vai disputar o Campeonato Distrital de Estrada do Distrito de Aveiro, isso deverá voltar a acontecer. Em relação ao primeiro lugar do Sporting, não fez mais do que a sua obrigação.

 

Campeonato Nacional de Estrada 2018 - Atletismo
Foto: António José Leite

 

A primeira vitória de Samuel Barata … na Elite!

A prova masculina foi bem mais animada que a feminina. Nos primeiros minutos ainda foi possível colocar em hipótese a existência de uma surpresa. Para além dos atletas de Benfica e Sporting, outros nomes bem cotados do pelotão nacional por ali se mantiveram.

As coisas mudaram de figura a partir do momento em que Rui Pedro Silva, do Sporting, decidiu vir para a frente e impor um ritmo fortíssimo. A partir daí o grupo foi perdendo cada vez mais elementos, até ficar o trio que preencheu o pódio. Samuel Barata (Sport Lisboa e Benfica), Rui Pedro Silva (Sporting Clube de Portugal) e Rui Pinto (Sport Lisboa e Benfica). O duo benfiquista jogou muito bem taticamente. Ambos aproveitaram a boleia do atleta do Sporting e, no final, Samuel Barata teve pernas para fazer a diferença.

Este foi o primeiro título de Campeão Nacional de Estrada do atleta, no nível Elite. Convém não esquecer que, em 2014 e 2015, Samuel Barata também se sagrou Campeão Nacional de Estrada, mas na categoria de Sub-23. Ou seja, a sua candidatura já tinha sido apresentada há tempos atrás. Ontem, chegou a reafirmação dessa mesma condição, no frente a frente com outros grandes atletas portugueses.

 

Sporting foi só Rui Pedro Silva

O Sporting tem apostado bastante forte. A conquista do pódio masculino coletivo, que falarei mais à frente, poderá justificar esse investimento.

Todavia, a nível individual masculino, a prestação leonina ficou aquém do esperado. Rui Pedro Silva foi o único que verdadeiramente lutou pelo título. Quando o vi a impor ritmo no pelotão tão cedo, pensei que estaria a “preparar o terreno” para algum colega. Algum tipo de estratégia coletiva.

Mas não! Surpreendentemente, mesmo com as despesas da corrida sob os ombros, o atleta manteve-se na frente quase até final. Os atletas do Benfica estavam melhor e conseguiram aproveitar a boleia. Já do vasto lote de atletas leoninos, ninguém teve pernas para aproveitar todo o trabalho do Rui Pedro.

De certa forma, depois de tanto desgaste e tanto trabalho, fiquei com pena por a vitória lhe ter escapado,. Por outro lado, é mesmo assim que se ganham títulos. Para além de termos que estar bem, é preciso sermos inteligentes taticamente.

 

Ponto final num jejum de 28 anos

Pode causar estranheza, mas de facto o clube leonino já não conquistava o título coletivo masculino desde o longínquo 1990! Sábado passado, o clube verde e branco quebrou esse jejum. E teve mérito no feito! Se o seu maior rival parece estar a colocar o atletismo em segundo plano, essa tomada ainda não chegou à elite masculina.

Nota ainda para o regresso do Sporting Clube de Braga ao pódio. Atrás de Sporting e Benfica, respetivamente, os bracarenses destronaram o Maia Atlético Clube do bronze, através de Jorge Santa Cruz, Luís Saraiva, Francisco Rodrigues e Hugo Almeida.

 

Campeonato Nacional de Estrada 2018 - Atletismo
Foto: António José Leite

 

Prova vai continuar a disputar-se no Jamor

Segundo consta, a disputa do Campeonato Nacional de Estrada é para se manter no Jamor. Uma decisão que pode ter tanto de bom como de mau. Pessoalmente, sou adepto da rotatividade. Acredito que, dessa maneira, Portugal tem mais a ganhar. Contudo, o trabalho desenvolvido em torno da escolha também pode ter muita influência. Ora vejamos.

Quando o sítio escolhido é rotativo, ano após ano, torna-se mais fácil a participação de certas equipas, em detrimento de outras, consoante a sua localização geográfica e dos seus atletas. O apoio do público, sempre muito importante, também pode ser um fator de muito peso, consoante o impacto do atletismo no local selecionado para a realização do campeonato. Além de tudo isto, existem questões de relevo como a economia local, turismo, divulgação do atletismo na região, e outros tópicos importantes que podem ser potenciados no sítio escolhido.

Por outro lado, ser sempre no mesmo sítio, cria todos os anos as mesmas dificuldades a uns e concede as mesmas vantagens a outros. O Jamor não é um sítio qualquer. Também é um facto. Porém, numa altura em que grande parte dos clubes de atletismo carecem de apoios, fica complicado garantir condições para marcarem presença nesta festa do atletismo. Quem reside longe do Jamor tem pela frente uma longa viagem e custos acrescidos.

Conclusão? Ao existir um sítio fixo, as entidades responsáveis pela prova devem garantir condições para os clubes lá marcarem presença. Ou por iniciativa própria e negociação direta com os clubes, ou por parceria com os principais responsáveis das autarquias a que os clubes pertencem. Afinal de contas, está em causa o Campeonato Nacional de Estrada de Atletismo. Eu ainda não participei. Espero para o ano ter essa oportunidade.

 

Ligado ao desporto desde pequeno, deixei definitivamente o futebol em 2016 para me dedicar afincadamente ao atletismo. Desde aí que muita coisa mudou na minha vida, a qual não imagino sem o desporto.

O Vida de Maratonista nasce então da minha paixão pelo atletismo, com contribuição especial da minha Licenciatura em Engenharia Informática, que me permitiu criar a solo este espaço de aventura e opinião, e torná-lo agradável a quem o visita.

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