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Campeonatos Mundiais Atletismo Pista Coberta - Birmingham 2018 IAAF

Mundiais Atletismo Pista Coberta – Birmingham 2018: Dia 1

Arrancou ontem, em Birmingham, mais uma edição dos Mundiais de Atletismo Indoor. Um primeiro dia onde fui à procura de ver apenas os 3000m femininos, mas dei por mim agarrado às finais do salto em altura.

 

E os primeiros vencedores são … neutros?!

O salto em altura foi o evento escolhido para abrir as hostilidades destes mundiais de pista coberta. Uma prova que culminou com as vitória de Mariya Lasitskene e Danil Lysenko. Ambos atletas russos que, depois de considerados “limpos de substâncias”, tiveram permissão para competir, associados à sigla ANA (Authorized Neutral Athletes – Atletas Neutros Autorizados).

Esta situação devia ser temporária. Porém, ao tempo que dura – já se verificou nos Mundiais de Londres do ano passado – começa a ganhar outro estatuto. Quanto mais tempo demorar este imbróglio, mais prejudicados vão ser os atletas deste país considerados “limpos”. Porque esta representação intitulada “ANA” não é garantia de participação em todos os grandes eventos.

 

Mariya Lasitskene competiu contra si própria

Não teve história o salto em altura feminino. Mariya Lasitskene ficou sem concorrência, logo depois de ultrapassar a fasquia de 1,96m. O único interesse foi ver esta atleta a tentar os 2.07m e bater o recorde russo. Sem sucesso.

Vashti Cunningham (E.U.A) e Alessia Trost (Itália) ficaram com a prata e o bronze, respetivamente.

 

Mundiais Atletismo Pista Coberta - Birmingham 2018: Dia 1
Foto: Samuel Blanck

 

Danil Lysenko – O silêncio vale Ouro!

O momento alto da noite! Se o salto em altura feminino não teve muito interesse, o mesmo não se pode dizer do masculino. Muito por força do duelo entre Danil Lysenko e Mutaz Essa Barshim (Qatar), que teve muita emoção.

Com Barshim a saltar primeiro que o russo, ambos chumbaram nas primeiras duas tentativas com a barra a 2.36m. Barshim falhou também a terceira e já se perspetivava um desempate.

No derradeiro salto, Danil Lysenko pediu silêncio ao estádio, em vez das habituais palmas de incentivo. O público acedeu e recebeu uma grande performance como agradecimento. Com a Medalha de Ouro assegurada, o atleta optou por não tentar mais nenhuma fasquia. O bronze ficou para o alemão Mateusz Przybylko, que saltou 2.29m.

 

Genzebe Dibaba confirmou o favoritismo

A vitória de Dibaba (Etiópia) nos 3000m femininos já se adivinhava. Apesar disso, a prova justificou todo o interesse que me tinha suscitado.

O primeiro quilómetro foi bastante lento, com Dibaba a fazer lembrar Mo Farah, ao colocar-se na cauda do pelotão. A partir daí, Konstanze Klosterhalfen (Alemanha) foi para a frente e o cenário de corrida mudou por completo.

A prova ficou mais rápida e Dibaba, sabendo de antemão que Klosterhalfen muitas vezes se tenta isolar, aproximou-se da frente. A alemã continuou a liderar a prova, mas com rédea curta das suas adversárias.

O segundo quilómetro serviu então para fazer a seleção das verdadeiras candidatas. Perto do seu final, Klosterhalfen começou a acusar o desgaste provocado pela sua estratégia e Genzebe Dibaba assumiu o comando da prova.

 

Mundiais Atletismo Pista Coberta - Birmingham 2018: Dia 1
Foto: Augustas Didžgalvis

 

Duelo aceso entre Sifan Hassan e Laura Muir

Com a entrada no último quilómetro, a grande favorita começou a ganhar distância em relação à concorrência. Laura Muir (Reino Unido) e Sifan Hassan (Holanda) foram as únicas que se conseguiram manter na perseguição, ainda que atrasadas alguns metros. Nota para Hellen Obiri (Quénia) que defraudou um pouco ao perder o comboio da frente por esta altura.

O melhor estava reservado para os últimos 400 metros. A disputa acesa pelo segundo lugar entre Hassan e Muir resultou num encurtar da distância desta dupla para Dibaba. Ou isso ou Dibaba, já a pensar nos 1500m deste sábado, limitou-se a controlar a situação e a guardar forças que lhe podem ser preciosas nessa altura.

 

A mudança de trajetória de Hassan na linha de meta

Hassan acabou por ficar com a prata e Muir com o bronze. A escocesa voltou a ter um desempenho fantástico diante do seu público. Mais do que nas repetições, no direto fiquei com a ideia que Hassan bloqueou a passagem a Muir nos últimos metros. Caso contrário, a holandesa naturalizada podia mesmo ter perdido a prata. Se esta mudança de trajetória seria motivo para desqualificação? Sinceramente, não sei.

 

Assim foi um primeiro dia de competição que justificou o meu interesse. Curioso para ver o que se vai passar no dia de hoje, com especial atenção nas meias finais dos 400m e na final feminina dos 60m.

 

Ligado ao desporto desde pequeno, deixei definitivamente o futebol em 2016 para me dedicar afincadamente ao atletismo. Desde aí que muita coisa mudou na minha vida, a qual não imagino sem o desporto.

O Vida de Maratonista nasce então da minha paixão pelo atletismo, com contribuição especial da minha Licenciatura em Engenharia Informática, que me permitiu criar a solo este espaço de aventura e opinião, e torná-lo agradável a quem o visita.

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