Como sugerido pelo episódio anterior, nesta despedida da primeira temporada da série, os Jogos Olímpicos…
Team Ingebrigsten Episódio 6 – Rumo aos Jogos no Rio de Janeiro
Cerca de ano e meio depois, volto a reunir as condições necessárias para seguir com esta rubrica. Neste sexto episódio, da primeira série, a trama remete para mais uma etapa da vida familiar dos Ingebrigsten – nome que para mim continua tão difícil de teclar como antes. Desta vez, em termos competitivos, Henrik tem a exclusividade. Todavia, há muito mais assunto do que isso. Mas começo por aí.
Henrik Ingebrigsten
Estamos em agosto de 2015, nos Campeonatos Mundiais de Atletismo, em Pequim. O único dos Ingebrigsten a participar é Henrik, na prova dos 1500 metros. Apesar das reticências dos seus famíliares em relação à possibilidade da conquista de uma medalha, Henrik coloca essa pressão sobre si mesmo, perante os media noruegueses, o que faz jus à sua personalidade, se for tido em conta o episódio anterior. No entanto, as palavras nem sempre se traduzem em resultados e, infelizmente, Henrik fica-se pela primeira ronda de qualificação da prova. O leitor que me perdoe este spoiler, se ainda vai ver o episódio, porém, este acontecimento não me parece o mais importante do capítulo, mas sim o seu desdobramento. Em dois temas.
O primeiro acompanha a reacção de Henrik a esta adversidade. Nas suas palavras, a melhor estratégia para esquecer o falhanço é mudar o foco para o próximo desafio. Pelo meio, não deixa de manisfetar a desilusão de ter visto desabar em Pequim toda a dedicação de um ano de trabalho desportivo. Chegado a este ponto, embora a série não tenha tido tempo de transmissão suficiente para criar uma carga emocional no espectador, por via das muitas horas de dedicação ao atletismo por parte de Henrik, quer me parecer que tal não é necessário. O público de “Team Ingebrigsten”, sendo atleta, ou participante de alguma actividade que exija o mesmo empenho e dedicação diária, certamente compreenderá toda a dor que se esconde por detrás daquelas palavras.
O segundo diz respeito às consequências da má prestação na vida de Henrik, para lá do atletismo. Não fica claro se é apenas um efeito da sua má prestação, ou o somatório disso com a sua postura, pouco convencional, diante da comunicação social (tema já abordado no episódio anterior). Seja como for, fica visível ao espectador a vida precária (no sentido da estabilidade) destes atletas. Também como resultado, Henrik, depois de ter saído de casa dos país para viver a sós com a namorada, regressa agora às origens. Em sentido contrário, Martin está de saída.
Pais: um pilar essencial
Ao dar atenção a todos os elementos da família norueguesa, e não apenas aos seus atletas (que estão em maioria), a produção é capaz de reiterar, episódio após episódio, a importância da “saúde familiar”. Um assunto que coloca os pais: Tone e Gjert, em evidência. Não sendo um tópico novo, lado a lado com o facto de receberem Henrik de volta, é de realçar a maneira como estes apaparicam os filhos em tarefas que, não sendo muito complexas, poucos gostam de executar. O exemplo de Tone a controlar as operações de lavandaria da família é o mais básico e, ao mesmo tempo, o mais precioso, num capítulo que culmina com o casal a falar da ausência de férias em prol da dedicação aos filhos.
Ingrid e Jakob
Enquanto Filip tem uma passagem muito discreta nesta transmissão, dois dos Ingebrigstens mais novos despertam a atenção por diferentes motivos.
Ingrid mantém-se decidida a seguir as pegadas dos irmãos mais velhos no atletismo. Embora os pais tenham numa postura de, nesta fase, não exercer pressão sobre ela para esse efeito, a jovem demonstra grande determinação em calcorrear esse trajecto. Aqui, a inspiração que advém dos irmãos é apresentada como a sua grande motivação para enveredar pelo atletismo. Contudo, quer me parecer que, apesar de discreta, a sua paixão própria pelo desporto, fundamental para perseverar nos momentos mais difíceis, começa a intensificar-se.
Por seu lado, Jakob continua a recuperar de lesão num pé. Numa conversa com o pai, e com o que parece ser um ortopedista, vem à baila a diferente distribuição de forças e de movimentos em cada um dos pés, durante o exercício. Minutos depois desta abordagem, Jakob aparece recuperado, pelo que este tema não é aprofundado. O que é uma pena. De alguma forma, faz-me lembrar a questão que deixei no ar (e assim continua por esta altura), no artigo sobre o treino intervalado na pista, no sentido dos ponteiros do relógio e no seu contrário.
Em jeito de despedida, este sexto episódio abre portas à preparação da família para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016).
Nota: O autor escreve de acordo com o antigo Acordo Ortográfico.
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