No passado dia 21 de Abril, estive presente na 41ª edição da Maratona de Viena…
Memórias da Maratona de Valência
Neste dia que assinala 2 anos da minha participação na Maratona de Valência, aproveito para partilhar convosco algumas memórias que guardo dessa edição de 2017. Se algumas recordações são de carácter mais particular, outras podem ser úteis ou interessantes para quem ainda vai lá correr, seja este ano ou em futuras edições.
Véspera da Prova: Paella Party
A paella é um prato típico da comunidade valenciana, e o evento faz questão de vincar essa caraterística ao fazer dele o almoço da véspera. Não sendo uma comida tão comum em solo português, os atletas com um estômago mais sensível, ou pouco apreciadores desta refeição, devem ter no seu plano uma alternativa. Eu comi e mal não me fez, mas fica a nota.
Véspera da Prova: À procura das bananas
Já não tem sido uma peça de fruta tão essencial no meu pequeno almoço, em dias de prova. Todavia, na altura era quase uma questão de vida ou de morte, pois em véspera de um dia tão importante, até os mais pequenos pormenores são capazes de suscitar o pânico se não refletirmos bem e respirarmos fundo. Desprovido de bananas, foi durante o passeio noturno que dei por mim à procura de um sítio para comprar fruta. A princípio não foi fácil! Porém, como se o mundo girasse à minha volta e tudo estivesse concebido com o intuito de me arreliar, depois de encontrar uma mercearia onde me abasteci, logo dei com mais 2 ou 3 no caminho de regresso ao hostel.
Dia da Prova: Segurança reforçada
Helicópteros, polícias fortemente armados e cães a inspecionar o recinto. Caso para dizer que nunca me senti tão seguro numa prova ou, se quiser colocar as coisas de outra maneira, nunca refleti tanto sobre o atentado na Maratona de Boston de 2013 e sobre a importância da segurança num evento desta envergadura. Só em participantes das provas do dia, o número de presenças no local deve ter rondado as 25 mil.
Dia da Prova: Outlet de vestuário
A partida é numa ponte, que por si só já está divida em duas faixas. Numa parte correm os maratonistas, enquanto na outra os atletas dos 10K, ambos no mesmo sentido. Por via de algum gradeamento, esta divisória também se verifica nas câmaras de partida que antecedem o pórtico. Lembro-me que entre as duas exista um espaço não acessível, para o qual os atletas, à medida que se ia aproximando o momento da partida, iam atirando as peças de roupa que não queriam transportar e que tinham vestido até àquela altura para se protegerem do frio. Não sei quem recolheu aquele vestuário, nem o que fizeram com ele, mas tinha lá peças de todos os tipos e preços.
Dia da Prova: Valência fecha para a Maratona
Problema de cortar estradas? De fechar a cidade? Isso não existe em Valência. Claro que causará transtorno a alguns, mas é notória a grande aderência dos residentes ao evento. Seja de forma descaracterizada, seja em representação das várias coletividades que preenchem e animam o longo percurso. Mas não é tudo! Várias lojas da cidade de diferentes áreas de comércio têm descontos para quem vai participar na prova.
Dia da Prova: Patins em linha
Para quem está habituado a ser acompanhado por carros, motas e bicicletas, ter gente de patins a acompanhar os atletas é no mínimo estranho, mas dá vontade de ir com eles.
Dia da Prova: Ousadia à Meia-Maratona
Quando tinha boas sensações e deixei a irreverência tomar conta de mim. Deixei o grupo onde seguia e fui para à frente, desnecessariamente! Poucos quilómetros depois, o grupo estava outra vez à minha beira. Mais à frente, o grupo haveria de me deixar para trás, já comigo a lutar para aguentar o ritmo. É verdade que não fui à maluco nesta incursão, mas gastei muitas energias de forma desnecessária e a “brincadeira” podia-me ter saído bem cara.
Dia da Prova: A chegada no Palácio das Artes
A foto de capa deste artigo deixa bem patente a beleza do local, complementada pelo passadiço que se estende sobre a água de propósito para a maratona, enriquecida pelo público de todo o mundo que preenche as bancadas. Inesquecível!
Dia da Prova: Amigos que ficam mais felizes do que tu
Horas depois ainda tinha dúvidas se estava realmente contente com o que tinha alcançado, tamanha foi a alegria que vi invadir o rosto de alguns amigos quando lhes disse o meu registo. Dos melhores arquivos que tenho na minha memória fotográfica.
Dia da Prova: Regresso a pé?!
Como foi dito em cima, a cidade corta quase todas as estradas para a maratona. O mesmo será dizer que muitas vias de trânsito ficam condicionadas, inclusive aquela onde o “meu” grupo iria apanhar o autocarro para regressar ao hostel. Apesar de mortos, tanto andamos que quando podíamos apanhar o autocarro já não queríamos. Foi assim que todo o grupo acabou a fazer 15 a 20 minutos de recuperação ativa. Já ninguém devia raciocinar direito! Neste regresso, deu ainda para ver o carro vassoura que, perto do quilómetro 25, pressionava e recolhia os atletas fora de controlo.
Dia Seguinte: Recuperação
Por norma, todo o trabalho desenvolvido é focado na maratona. Todavia, as respostas que temos nos dias seguintes também ajudam a perceber quão boa foi a preparação. Se, ainda no dia da prova, subia e descia as escadas do hostel todo amassado, não é menos verdade dizer que, 24 horas depois, apesar de algumas dificuldades naturais e das lesões internas que não se sentem, o desconforto já era muito ligeiro na maioria dos movimentos.
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